http://www.youtube.com/watch?v=UDorNilxPUY
Na liberdade da solidão, acordas do lado deserto da cama, é nesse lugar onde mais te encontras
Na multidão de desconhecidos pareces sentir segurança
Na estrada da vida sem mantimentos afectivos procuras a saída, fazes do amor um singular
De costas curvas carregas o luto dos dias que por ti passaram
Prenuncias palavras que te minguam o coração
Julgas-te confinado á "solitária" de nome vida, acordas e olhas o espelho com ar ameaçador e agressivo... fabricas um sorriso
Já nada te sacia... só a ti te procuras
As carências sao a bagagem que te move
Nenhuma reacção! ... e o silencio já soa a castigo
Gastas oxigénio aos poucos só para sentires o sufoco de que mascaras a ansiedade
A todo o custo, sem preço nem medida.. onde quer que esse caminho te leve
Pensas ter perdido esse tudo que não aceitas seres TU e tentas provar o amargo, não na boca mas no peito, que te trará a tão desejada vitória na luta constante contra os teus limites...
Eu perdi... e tu?
"Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto tão perto tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura
Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco"
Mário Cesariny
Lugares diários