Porta da felicidade, chamam-lhe, dizem até (ou pelo menos assim o é na minha imaginação) que aqui há uma passagem secreta que leva a crer que este estado é permanente, aqui.
Gosto de confiar em histórias, sempre gostei e nunca tive razão para as desacreditar e talvez por isso as perpetue todos os dias como a minha verdade, aquela que tenho para oferecer não fosse ela uma boa forma e receita de ancorar em portos seguros, quando as tempestades arrogantes se aproximam, quando um comboio parece ameaçador ou quando ainda, perdidos no meio da floresta, os troncos das árvores outrora verdejantes e simbolo de vida e crescimento se tornam trepadeiras que nos levam além do escuro e do desconhecido que tememos. São elas, as histórias que nos impelem para a procura da plenitude, superando obstáculos e acreditando que vamos conseguir, sim!
Este é um destino que embora não constasse do meu mapa, devagar, se está a tornar meu, tijolo a tijolo, ainda até antes de chegar à sua margem, ao cais onde atracam as águas de seus mares. Aos poucos hei-de transpor, atravessar e rasgar a distância deste encontro que nasceu do nada e que se transforma todos os dias assim que fecho os olhos...
Caminho nas suas ruas, no meu universo de criação... imagino os mercados de gentes com traços ora europeus ora asiáticos apregoando sabe-se lá o quê, num murmurinho de dois mundos unidos num só. Chega-me um cheiro a jasmim, afiguro-o oriundo de um daqueles cachimbos de água turca. Ainda não sinto o clima, não consigo imaginá-lo muito frio, ao contrário do que apontam as leituras que o apresentam e o tratam por tu com uma precisão de relação muito íntima... aos poucos, pé ante pé, vão chegando as sensações que em dia com hora marcada aqui se tornarão verdade.
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