Daqui guardo um lugar que outrora era apenas provável na minha imaginação. A imagem de bêcos que arrastam indícios de promiscuidade, rodeados por canais, gôndolas e turistas provindos de todos os cantos do mundo.
Guardo um final de noite ao som de música clássica, um soar de três pianos em tertúlia em plena praça de São Marcos.
Um regressar depois da hora, marcado por passos escuros que mal deixavam adivinhar o contorno do rosto de que passa..
Guardo um encontro improvável com uma viajante de todo o mundo com passagem no Porto com P de Portugal e aqui.. e com a Austrália como pano de fundo sem dia e hora marcada.
Guardo uma lingua cantada com uma elegância, como nenhuma outra..
Guardo o "je je je" Português aos ouvidos de um italiano.
Guardo o peso da mochila às costas que se enche de surpresas, encanto e suspeitas a cada esquina.. Um peso que não pesa!
Lembro o Didici da porta do quarto, Marco Bellini, os bacis que enviei por telefone, o Buongiorno que recebi na recepção..
Lugares diários