Um estado de sítio
Um estado de ser!
Acolho-as, gosto de as ter sempre por perto, gosto de as escrever, de oferecer e de as devolver.
Ás vezes guardo-as só para mim ou pouso-as para que, sem querer, alguém possa ler.
Gosto de as reencontrar com aroma a naftalina, de ficar horas a recordar o que já foi dito e imortalizado.
Há palavras que nos beijam como se tivessem boca, grandes, dificeis de proferir, outras que nos tiram a voz e nos fazem rir... chorar... sentir
Algumas escapam-se entre dentes, desobedientes! Cruzadas ou indiscretas...
Há combinações perfeitas, felizes encontros! Palavras que nos alimentam.
Há palavras de força e outras de desilusão... de todos os tamanhos, cores e padrões.
Dou por mim a emprestar-lhes o que sou, o que sinto... finto-as!
Gosto de imaginar o que não dizem, de ler as entrelinhas.
Já colei folhas rasgadas, rascunhos que me contaram aquilo que alguém não queria dizer,
Já acordei de noite para as registar,
Já escrevi uma carta de amor,
Já recebi bilhetes no carro,
Já me arrependi do que disse e do que deixei por proferir,
Já as li no céu... numa canção,
Já me esqueci de um ponto final propositadamente,
Já passei dias sem lhes falar e outros esperei para as ouvir,
Já lhes declarei guerra!
Já as perdi...
Hoje perco-me nelas... aqui!
... para receber os 30 de braços abertos!
Obrigado minha amiga! às vezes transformas uma pequena mancha amarela no SOL!
Lugares diários