Baloiço entre o sim e o nada, numa cadência invisível,
Saboreio o vento que me beija o cabelo, sinto-lhe um travo a tudo,
Fico suspensa neste carrocel entre o amor e a indiferença, na linha que os separa e ao mesmo tempo os faz tão perto, os une... uma comunhão!
Lentamente os meus pés, descalços e nus, sentem a instabilidade da corda bamba, deixo de os sentir em terra
Sustenho a respiração,
Abandono-me,
Atiro-me para fora de pé num simples e intenso balanço,
Sinto a alma a desprender-se sem direcção, vejo-a a vaguear pela linha do horizonte,
Arrasto-me para um terreno, uma alcatifa macia, igual luxúria do mais glamoroso vinho.
Ouço uma voz que se dilui, um compasso binário,
Os ponteiros marcam um desvio desnecessário... obedeço!
... afasto-me deste vai e vem,
Já é hora de voltar...
Lugares diários