Vestido de cinzento, patas delicadas, olhar meigo e algo desconfiado... ei-lo!
Salto saltitante, cumplice num emprestar de tempo. Há quanto me observa?
Sorri ás escondidas, clandestina e divertida na nossa invisibilidade...
Ele... chegou e trouxe consigo o contar. Igual mestre que ostenta sua sabedoria em bigodes esguios, comparáveis a cordas de violino...
Contou... como quem irrompe o silêncio da alvorada.
Era capaz de passar cem anos a ouvi-lo contar! Cem anos ou mais... enquanto houvessem histórias e delas nascessem outras e mais outras...
Sinto-me sem nada para dizer ou escrever...
Sinto aquele silêncio que apetece, aquele silêncio de calmaria, aquele que conforta por não serem precisas palavras para se terem conversas longas e aprazíveis...
É esse silêncio que me habita...
Não é um silêncio escuro, não não o é...
Não é aterrador nem só..
Não é um silêncio de casca de noz...
É um silêncio de longe, mas ao mesmo tempo perto, tão perto...
É apenas um silêncio com tudo o que ele tem de bom!
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