"A coisa mais dificil e mais bonita de partilhar entre duas pessoas é o silêncio"
Já não me falta entender, admirar e dizer o silêncio. Consigo senti-lo, saber-lhe a cor, seguir-lhe os passos.
A sua irreversíbilidade devota, saboreio-a numa degustação demorada, longa, longamente, igual bebida etílica que se quer aprisionar numa caixa calada onde voltamos de lés a lés para encontrar outros dias e esboçar aquele sorriso doce de antepassados... como se aquele momento voltasse, assim, ao abrir de um papel de rebuçado...
"(...) pode ser que a vida tenha razões que a razão não entende."
ou pode até ser que...
"Nada tem uma solução definitiva e não há nada que não tenha algum tipo de solução provisória."
mas por hoje, ao voltar de soslaio a essa mesma caixa, acredito no poder afirmativo da ausência e que...
"(...) se tudo à nossa volta deixa de existir e ter sentido, só resta o nada. E o nada é o nada: conforme se olha, é a ausência de tudo, ou, pelo contrário, o absoluto."
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