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Domingo, 5 de Dezembro de 2010

Remetente & destinatário...

Carta a mim mesma.

 

Como me dirijo a mim própria sem o impessoal "eu", sem o abuso do "tu" e a inconveniência do "você"?... não sei por onde começar, depois de tanto tempo o lápis enferruja, as linhas tornam-se tremulas e os pensamentos fogem em todas as direcções, encobertos nos esconderijos mais inalcançáveis, como se jogassem às escondidas por detrás de um sorriso maroto.

Ora bem... e chega uma tosse, como que a preparar a garganta, como se as palavras conduzissem nessa estrada. Ergo os ombros, aliso os cabelos, perco tempo, perco-me antes de começar.

Mas como?... é assim que dou início. Como é que se pode ter a sensação que se tem uma vida, esse prédio que se constrói andar por andar, porta por porta... sem o habitar? Ter uma vida e não habitar nela? como?

Já paraste para pensar nas vezes que a vida te escapa, foge ao teu controlo ao ponto de seres como uma projecção que regressa ao prédio de quando em vez?

... e assim as linhas se vão cosendo, desordenadas, sem um fio condutor, de uma forma tão confusa, num acumular de heterónimos, narradores, destinatários, autores e remetentes, ora de ficção, ora de vida real, numa dança em que ambas se movem e rodopiam dias seguidos sem dar as mãos, mantendo sempre, sempre a mesma distância uma da outra, centímetro a milímetro.

Deve haver, com toda a certeza, um corredor secreto que as una, uma passagem subterrânea que me permita construir a minha própria narrativa, encontrar-me dentro dessa casa. Mais do que uma história épica de poder, é uma história de posse de mim por mim mesma.

 

... faço uma pausa.

 

Alguém deixou a porta aberta, reparo, pergunto-me: Queres entrar?

Lá dentro espera-me uma grande sala, mas o espaço parece preparado, cuidadosamente à espera que chegue mais alguem.

Sento-me e procuro ficar de costas direitas (corrijo a minha postura, duas ou três vezes, teimosamente) e dou comigo a contar as cadeiras, à espera!... é assim que estou, é assim que fico, sem possibilidades que ofereçam vida real à ficção. Por quanto tempo? Deves respirar fundo, encher o peito de ar e antes até de agir, decidir, se queres ficar ou partir... não te deixes levar por essa corrente, não te deixes ficar pela solidez das paredes. Senta-te, pensa, aquieta o teu corpo..

 

 

 


publicado por teetee às 13:25

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3 comentários:
De Paula Mendes a 9 de Dezembro de 2010 às 20:24
Muitas vezes me sinto com vida mas sem habitar nela. Temos que viver uma vida de aparências, exigida por uma sociedade insensivel, dura, fria sem coração. É tão dificil viver e, eu, não vivo a vida que gostaria...mas tenho familia, amigos (são menos do que os cinco dedos da nossa mão), mas são meus...fieis confidentes, um bem raro.


De Pedro a 27 de Abril de 2011 às 01:20
Olá! E como está a senhora? :P Há muito tempo que não vinha aqui! Um beijo grande ;)

ps: belo texto, mais uma vez

Pedro


De teetee a 27 de Abril de 2011 às 20:56
Querido Pedro...

Tenho andado afastada daqui deste mundinho!
Beijocas com saudades de San Sebastian... Quem me dera apanhar agora o sud-express!..

teetee


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